quinta-feira, 1 de novembro de 2012



Tua.

Não te ter perto faz-me voltar ao meu antigo eu. Ao eu só. Só, eu era tempo, momentos nos quais tentava decifrar motivos para esperar. Para esperar por alguém como tu. Essa nostalgia veio ter comigo, e aqui te espero, com muitas e sem nenhumas saudades. Tinha também saudades do meu eu perdido e só. Da Ana que sabe absorver momentos de forma espontânea por sofrer com os dias que passam. De uma Ana não aborrecida e com algo para contar, sobre o seu caminho e sobre a solidão. Uma Ana melancólica, que fala com exaltação nas palavras e emoções, por ter tantas acumuladas para dar a alguém como tu. Encontrei-te e mudaste-me a vida, mudaste-me a mim. Ás vezes sinto-me vazia por sentir que dei toda a minha essência a alguém, sinto que me tiraste o coração, que fiquem sem alma. Porque nunca, mas nunca tive alguém que abraçasse desta forma os meus sentimentos. É um misto de sensações entre querer deixar-me ficar nos teus braços, deixar que me leves nos teus dias, nos teus olhos, nas tuas memórias e um misto entre sentir que me roubaste. Eu sei que permiti que me absorvesses até que ficasse em pó. Sei que sou pó, mas que sou de alguém. Tenho medo que não volte a ser feita de pessoa e que permaneça como ar. Quero que me leves para sempre, que me guardes, que me vivas, que me tomes tua.    

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